Arrecadação atípica faz governo recolher R$ 882 bi de impostos em 2021

O governo federal recolheu 882 bilhões de reais em impostos entre janeiro e junho.

Segundo a Receita Federal, já com a correção da inflação, a arrecadação teve um crescimento real de 24,49%, comparando com o primeiro semestre do ano passado, o que representa um recorde nos últimos 21 anos.

Só no mês de junho, o governo arrecadou 137 bilhões de reais, um crescimento real de 46,77% em relação o mesmo mês no ano passado, quando o país enfrentava o primeiro pico da pandemia do coronavírus.

De acordo com a Receita, o resultado é explicado por fatores não recorrentes, ou seja, que não vão se repetir em outros anos como os recolhimentos extraordinários de cerca de 20 bilhões de reais do imposto de renda sobre pessoas jurídicas e a contribuição social sobre o lucro líquido. Só para ter uma ideia, em junho do ano passado os recolhimentos extraordinários não chegaram a 3 bilhões de reais.

Mesmo assim, o resultado foi comemorado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, que vê o resultado como um sinal de retomada da economia. Ele aposta que o resultado é sustentável e aproveitou a divulgação dos números para defender a reforma tributária que prevê a cobrança de juros e dividendos, que é a remuneração dos donos de empresas.

A cobrança de impostos sobre lucros e dividendos foi extinta em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso. A proposta do governo é tributar em 20% todos os que recebem acima de 20 mil reais por mês. Guedes chamou de pejotinhas as empresas abertas por profissionais liberais como médicos, advogados e professores, e disse que esses casos continuarão isentos.

Segundo o ministro, no ano passado, 20 mil pessoas receberam quase 400 bilhões de reais em lucros e dividendos que ficaram isentos de impostos.

As informações são da Radioagência Nacional.

Foto Ilustrativa: Pixabay

Bruna Marquezine

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