Após perseguição política ao grupo GMC, associações de Rádio e TV repudiam ação

Em defesa das rádios, mais de cinco associações de Rádio e TV, juntamente com a Abert, repudiaram a ação política 


Emissoras e Associações se reuniram em defesa da rádio CBN Maringá, uma das três emissoras de rádio do Grupo Maringá de Comunicação. Após a exclusão da CBN Maringá e de outras três emissoras, a Maringá FM e a Mix FM da campanha institucional da Semana da Pátria promovida pelo Legislativo da cidade, com dinheiro da população.

Tudo teria começado quando em um de seus comentários, o colunista do programa “O Assunto é Política”, da rádio CBN Maringá, Diniz Neto, questionou a reforma do prédio da Câmara Municipal de Maringá.

O então presidente da Câmara, Mário Hossokawa (PP) se sentiu ofendido e pediu uma retratação. A CBN Maringá atendeu ao pedido e abriu espaço para que o presidente falasse sobre o assunto, mas não se retratou porque não considera que houve erro.Com isso, a Câmara Municipal de Maringá (CMM) resolveu mover uma ação contra a emissora.

Em setembro, com dinheiro do contribuinte, a Câmara promoveu a Semana da Pátria e investiu verbas publicitárias para a divulgação. Pela primeira vez, em anos, as rádios Maringá FM, líder de audiência na cidade, a Mix FM, líder do público jovem, e a CBN Maringá, líder de audiência no público A e B e formadora de opinião, ficaram de fora.

Não por critérios técnicos, mas, segundo a própria Câmara, porque o Grupo Maringá de Comunicação estaria descumprindo uma ordem do Judiciário, o que seria uma afronta ao civismo enaltecido na Semana da Pátria.

Entretanto, uma vez que o processo ainda corre na Justiça, não há, por enquanto, nenhuma decisão definitiva do Poder Judiciário. O que acende o alerta é o uso de uma função pública para retaliar uma empresa de comunicação.

Repercussão do caso

Sete associações de rádio e televisão de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – Abert, divulgaram uma nota de repúdio ao acontecido.

A Abert, por sua vez, alerta para o risco do abuso de poder contra a liberdade de imprensa, e considera importante e imprescindível a manifestação da emissora, por seus direitos.

O diretor geral da Abert, Cristiano Lobato Flores, resumiu a questão dizendo que: “Os investimentos de verbas públicas em publicidade oficial devem seguir apenas critérios técnicos, sem o propósito de retaliação às emissoras que, na sua missão constitucional, levam informação e fatos jornalísticos à sociedade.”

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt),  que representa 400 emissoras por todo o estado de Minas Gerais, repudia toda e qualquer forma de violação a liberdade de imprensa.

Por: J.I

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