Após sofrer duras críticas, o clube celeste emitiu uma publicação esclarecendo os motivos para o desligamento do atleta. Os principais pontos que pesaram na decisão foram o projeto esportivo e a parte financeira. A polêmica começou após carta publicada pelo jogador comunicando sua saída após 17 anos consecutivos no clube, além de detalhes da negociação que desagradaram a torcida.
Em nota, uma das justificativas foi o projeto de futebol implementado na gestão de Ronaldo e que não foi aceita pelo jogador. A fala faz referência a discordância quanto a duração do contrato, principal fator que inviabilizou o acerto. Outro aspecto citado foi a parte financeira, mostrando que a renovação de contrato representaria um sacrifício aos cofres do clube. Mesmo com a readequação salarial, manter Fábio afetaria as finanças.
Por fim, a publicação ainda reconheceu a importância do goleiro para a história do clube e deixou aberto a possibilidade de homenagens ao ídolo celeste mesmo depois do término de sua passagem.
Leia a íntegra do comunicado à imprensa divulgado pelo clube:
O Cruzeiro esclarece à sua torcida pontos importantes sobre a não renovação do goleiro Fábio. É fundamental lembrarmos que o Cruzeiro tem um desafio imenso de reorganização que precisa ser planejada e executada considerando a sobrevivência da entidade. Nesse sentido, a reestruturação precisa ocorrer em diversos campos: financeiro, organizacional, administrativo e, claro, esportivo. Muitas decisões não são populares mas precisam ser adotadas.
O projeto esportivo que vem sendo implantado considera critérios técnicos e a constituição de um plano de longo prazo para a instituição. As decisões no Departamento de Futebol visam a construção de uma equipe competitiva, sustentável e que esteja a altura da grandeza do clube. Foi exatamente um projeto nessas condições que foi apresentado ao goleiro de 41 anos, que o negou.
A proposta respeitava também a imprescindível responsabilidade econômica da entidade. Necessário ressaltar que, ainda assim, sendo Fábio o ídolo que é, um importante sacrifício econômico foi feito. Foi oferecido ao jogador um contrato que certamente extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário. Os termos desta proposta não foram aceitos pelo atleta e seu agente.
O Cruzeiro, desde o início e com enorme respeito, deixou claro que a proposta respeitava sua relevância e admirável história de 18 anos no clube. Fundamental esclarecer que o desejo do Cruzeiro era de ampliação de vínculo, embora não pelo mesmo prazo desejado pelo atleta. A proposta era de que Fábio pudesse, em campo, ao longo do Campeonato Mineiro, se despedir da torcida como ele e a própria torcida merecem. Inclusive, o Cruzeiro segue aberto para que inúmeras homenagens extracampo aconteçam.
Não é mais possível aceitar um perfil de administração que fez tantos clubes chegarem a um cenário de inviabilidade. O Cruzeiro tem clareza de que não há outra forma de manter a história de um dos maiores clubes de futebol do mundo que não seja com uma gestão responsável, com colaboradores e atletas que estejam plenamente alinhados a esse pensamento.