Apesar de estar em alerta, Saúde não pretende adotar lockdown geral em Uberaba

Após 15 dias do Decreto Municipal 222, Uberaba entra em uma nova etapa de medidas restritivas. Nesta quarta-feira (25), foi publicado o novo documento, contudo com poucas mudanças em relação ao último. Entre elas, o não funcionamento de padarias, supermercados e mercados nos domingos

Porém, a pergunta que fica para muitas pessoas é: "haverá resultados?". Os números seguiram altos mesmo com fechamento de bares, restaurantes e comércio aos finais de semana. A cidade registrou, inclusive, de terça até quarta-feira,16 óbitos em aproximadamente 48h. Entrevistado pela Rádio JM, o secretário de Saúde, Sétimo Bóscolo, afirmou que os índices serão acompanhados durante a vigência do novo decreto, também de 15 dias, podendo ter alteração antes disso. 

“Existe uma tendência de estabilização. A doutora Michelli Maldonado, que é a matemática da UFTM, tem nos ajudado muito aqui, ela mostra nos gráficos que não está estabilizado, existe uma tendência de estabilização, mas lá no alto da contaminação, que não está no baixo. Isso mantém a gente muito em alerta, estamos na área vermelha!”, afirmou o secretário. 

Quanto à hipótese de medidas mais restritivas ainda, como o lockdown total, Sétimo Bóscolo explica que todas as possibilidades foram discutidas, mas que a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) prioriza o equilíbrio econômico e, por enquanto, evita cogitar tal tomada de decisão. “A prefeita faz opção por manter ao máximo o mercado aberto para evitar um caos na economia”, afirmou e completou ainda que não há real comprovação de que o lockdown geral funcione. 

Um dos pontos polêmicos é exatamente o fechamento de supermercados aos domingos, enquanto setores, como o religioso, poderão atuar. "Os supermercados estão abertos a semana inteira, disponíveis, então a dona de casa, o usuário do supermercado, tem a semana inteira para fazer suas compras calmamente e no domingo a gente diminui a movimentação de pessoas. A igreja, os cultos, é um pouco diferente, porque muitas vezes as pessoas não têm horário disponível para ir na igreja, para ele ir orar, por causa do trabalho. Tradicionalmente ou culturalmente as pessoas gostam de fazer suas preces no domingo e sabemos que a fé conforta, o povo uberabense tem uma espiritualidade elevada, a fé salva, é um tratamento para o espírito".

Os ônibus lotados são outro ponto de grande cobrança por parte da população. O secretário reconhece que ainda não há nenhuma solução realmente efetiva e que o rodízio não seria tão eficaz, pois as pessoas estão habituadas a pegar o ônibus em um horário fixo.  

"O transporte coletivo é um caos, sabemos que uma grande parcela da população precisa desse transporte, Uberaba já é uma cidade grande onde não tem condição das pessoas irem de bicicleta ou a pé, então precisa do transporte coletivo. A prefeita está estudando alguns recursos financeiros para dar um aporte para essas empresas, vendo com o pessoal das finanças o que pode ser feito para ajudar e achar uma solução para isso”, conclui. Bóscolo pontuou ainda que está sendo feito um trabalho de fiscalização para tentar dispersar aglomeração nos ônibus. 

De novo: apesar de fiscalizações, ônibus continuam lotados em Uberaba

Quanto à situação dos leitos, o chefe da pasta afirma que, em relação a outras cidades, Uberaba ainda está em um momento confortável, contudo isso não dá margem para tranquilidade. Pensando em garantir uma ocupação de leitos estável, está sendo feito uma trabalho junto aos hospitais para que as cirurgias eletivas permaneçam suspensas. O plano de contingenciamento é esvaziar leitos públicos e privados para que haja unidades disponíveis caso a situação da pandemia piore. 


Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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