A Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda. (Ansal), do Consórcio Via JF, demitiu 120 funcionários neste final de semana. Em comunicado emitido a seus trabalhadores, a empresa informou que os desligamentos ocorreram “devido à grave crise econômica enfrentada pelo setor em virtude da pandemia do novo Coronavírus”. Ainda conforme a empresa, a medida visa “adequar a operação em relação à brusca queda de passageiros transportados”.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF), Claudinei Janeiro, informou à Tribuna que recebeu a notícia por alguns trabalhadores e, em seguida, pelo comunicado da Ansal. A categoria tentará se reunir nesta segunda-feira (8) com a empresa para tentar reverter o quadro.
Um funcionário da Ansal, que está entre os que foram demitidos, relatou preocupação à reportagem. Os trabalhadores estavam contando com a garantia de estabilidade da Medida provisória 936, do Governo Federal, que permitia a redução do salário e jornadas de trabalho. O funcionário estava trabalhando no sábado (6) quando recebeu a notícia das demissões. “Me comunicaram que eu estaria demitido porque a empresa está reduzindo o quadro de funcionários por estar passando por dificuldade financeira”, conta, “Tem pais de família desesperados, cobrador que paga aluguel desesperado. Não tem uma pessoa para olhar nosso lado, para olhar nossa situação”, lamenta. Conforme o trabalhador, os funcionários que foram desligados da empresa estão se mobilizando para buscar um advogado a fim de garantir seus direitos.
No comunicado, a Ansal informou que irá cumprir com as obrigações trabalhistas, “inclusive o pagamento do período de estabilidade da Medida Provisória 936”. Conforme a empresa, a redução do quadro de funcionários irá permitir a manutenção de outros 1.200 postos de trabalho que permanecerão ativos. A Ansal também informou que, caso a situação volte à normalidade, é possível que haja a recontratação dos funcionários.
Na nota, a empresa disse que “com o término do benefício emergencial do Governo Federal e a não aceitação da extensão do acordo coletivo que propunha redução da jornada de trabalho com pagamento proporcional a carga horária trabalhada, o ajuste no quadro de colaboradores se fez necessário, visando garantir o pagamento integral da jornada para os colabores que continuarão conosco”.
A Tribuna tenta contato com a diretoria da Ansal para falar sobre o assunto. Já a PJF, através da Settra, preferiu não se posicionar neste momento.
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