Ana Hikari abre o jogo sobre trabalho e preconceito

Ana Hikari já está envolvida com outro trabalho na TV. Ela integra o elenco de “Quanto Mais Melhor”, próxima novela das 19h da Globo, cujas gravações foram retomadas recentemente. Em entrevista para a coluna de Patrícia Kogut, a atriz diz que a volta aos estúdios provoca uma mistura de emoções:

– Este ano eu acabei ficando muito tempo sozinha em casa, inclusive sem ver os meus pais. Então, voltar a trabalhar é ótimo nesse sentido. Ao mesmo tempo, é claro que traz uma tensão, porque ainda estamos na pandemia. Mas os protocolos são tão rigorosos que eu me sinto mais segura no estúdio do que indo ao mercado, por exemplo.

Na trama, ela dá vida a Vanda, jovem que trabalha tocando numa banda em uma boate:

– Eu tenho uma boa noção de guitarra e violão, então, não precisei fazer nenhuma preparação especial. Acabei também pegando uma noção de teclado com amigos. Além disso, contamos com a ajuda da produção musical da novela. O Jaffar (Bambirra), com quem eu contraceno, também é músico e tem me auxiliado muito.

A atriz, que é de São Paulo, está morando atualmente no Rio por conta das gravações da novela. Em casa, diz que a seu maior desafio atualmente tem sido conseguir manter uma rotina:

– Eu estou seguindo muito à risca o isolamento e não saio para quase nada, então, preciso me policiar para não deixar a minha rotina virar uma bagunça. Eu tenho lido bastante e feito cursos on-line. Descobri que sou uma ótima companhia para mim mesma.

O namorado, o funcionário público Gersínio Neto, mora em São Paulo e costuma visitar a amada com frequência.

– Ele tem carro, então, pode vir com segurança, sem o risco de ter que pegar uma ponte aérea ou uma rodoviária.

Ana ressalta que o “Big Brother Brasil 21” foi uma grande companhia neste período. Ela conta que ficou feliz com as discussões provocadas pelo programa, como, por exemplo, sobre bissexualidade, após o beijo entre Lucas e Gil. Ana, que é bissexual, acredita que o destaque ao tema foi muito importante:

– O que a gente viu ali foi uma amostra do que os bissexuais vivem no Brasil. Existe uma invisibilização muito grande da bissexualidade até mesmo dentro do movimento LGBTQIA+. Atualmente, por exemplo, eu namoro com um homem, e isso faz com que muitas pessoas me vejam como hétero. Mas não é o que eu sou. Foi, inclusive, essa falta de entendimento que me levou a falar abertamente sobre o tema. Sinto que as minhas palavras podem ajudar muitas pessoas, principalmente adolescentes, a não passarem por todas as questões que eu tive que passar.

Outro tema que ela vem falando com frequência nas redes é o preconceito contra descendentes de asiáticos no país, que diz ter aumentando durante a pandemia.

– Logo que começamos a ouvir notícias sobre o coronavírus, eu estava num evento e um desconhecido olhou para mim e disse: “Sai com esse coronavírus daqui, amiga”. É importante que as pessoas entendam que, quando eu levanto essa pauta, não é para apagar o racismo contra o negro, que, com certeza, é muito mais grave no Brasil. Mas eu sempre vivi esse racismo desde pequena e só de uns anos para cá é que comecei a entender. A sensação é que a gente não pertence ao próprio país. E o discurso de pessoas que estão no poder fez com que esse racismo tenha aumentado ainda mais durante a pandemia.

Foto: Reprodução/ Instagram

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