Agentes de endemias se preocupam com deslocamento de função

Com o surto de coronavírus, os agentes de endemias foram deslocados para outra funções, o que tem gerado indignação entre eles. A reclamação principal é a de que não foi oferecida capacitação para que os agentes trabalhem em outros setores, o que, segundo eles, pode gerar problemas. “Não temos qualquer instrução. Alguns dos agentes até são técnicos em enfermagem, ou enfermeiros, mas a maioria não tem preparo. O que sabemos sobre o coronavírus é o que tem sido dado pela mídia”, diz o agente Marcelo Meynier.

Ele pontua que um dos decretos municipais publicados na última semana proíbe os agentes de fazer as visitas regulares. Enquanto esse trabalho não é retomado, eles foram alocados em outras unidades. Alguns se encontram em postos de saúde para reforçar as equipes que trabalham com a campanha de vacinação contra o influenza.

Marcelo exemplifica com o caso dele. Ele narra que foi deslocado para uma estrutura que fica aberta até as 14h, justamente para evitar contaminações com a Covid-19. Depois desse horário, ele fica na rua, na porta do local, para terminar as horas que precisa cumprir. “Trabalhamos com zoonoses, doenças transmitidas por animais. Entendo a emergência da situação, mas pode ser mais arriscado nos manter nessas condições.” Ele diz que uma comissão de trabalhadores levou o questionamento ao Departamento de Vigilância Epidemiológica, mas não conseguiu uma resposta.

Em nota, a Secretaria de Saúde reforçou que as visitas domiciliares foram suspensas, para preservar os servidores e a população. O comunicado explica que os profissionais que tiveram suas atividades paralisadas e não estão nos grupos de risco, são realocados em setores que podem contribuir. “Neste caso, os agentes foram direcionados a continuar trabalhando na UBS da comunidade em que já trabalham realizando as visitas domiciliares.”

O intuito, segundo a pasta, é de que esses trabalhadores possam ajudar na boa execução da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. “Auxiliando na organização de filas, para que o distanciamento entre as pessoas seja cumprido, na digitação das fichas no sistema on-line e, atuando na vertente de educação em saúde, que é de cunho permanente.” A Secretaria pontuou que enviou kits com equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais que lidam diretamente com pacientes.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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