Advogados terão de pagar R$ 1,9 milhão a cliente após omitir valor total de acordo

Um escritório de advocacia de Belo Horizonte terá que pagar R$ 1,9 milhão a uma cliente que, na visão do juiz Marcos Vinícius Barroso, do Tribunal Regional do Trabalho da 3° região, foi vítima de má-fé durante a condução de processo movido contra o Banco Itaú. O magistrado entendeu que o escritório CPR Advogados omitiu da autora do processo o valor total do acordo obtido junto à instituição financeira. Para chegar à decisão, o juiz analisou conversas de WhatsApp mantidas entre a mulher e seus defensores.

M.L.V.C decidiu pelo processo após perceber que o valor total do acordo conseguido pelo escritório estava muito acima dos R$ 360 mil pagos a ela. O pacto inicial proposto pelo banco era de R$ 1,5 milhão. Os advogados, contudo, recusaram a ideia e fizeram uma contraproposta de R$ 2,5 milhões.

No fim das contas, as partes acordaram o pagamento de R$ 1,9 milhão — quantia que, efetivamente, não chegou às mãos da autora do processo.

Na sentença, o juiz conclui que o escritório de advocacia utilizou a causa em benefício próprio, ignorando os direitos da cliente. “A conduta de CPR Advogados, no entender deste Magistrado, foi a maior de todas as faltas possíveis que um procurador pode praticar contra seu próprio cliente: a quebra da confiança, o uso do conhecimento jurídico em proveito próprio e não em proveito do seu cliente, visando o lucro”, diz Barroso.

Segundo ele, as mensagens provam que a cliente não tinha conhecimento da proposta de R$ 1,9 milhão. A omissão das informações, portanto, diz o juiz, foi fator fundamental para levar M. a aceitar um acordo mais de cinco vezes menor que o valor real.

Ao saber do imbróglio, o Itaú garantiu a suspensão do acordo firmado com o escritório.

Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, PF e Receita vão apurar possíveis crimes e omissões fiscais.

 

Fonte: Estado de Minas

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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