Acusados do caso Baker começam a ser ouvidos nesta segunda em BH

Testemunhas também vão prestar depoimento; oitivas devem durar até o fim da semana, antes de sentença do juiz

Testemunhas e acusados do caso de contaminação de cervejas da Baker começam a ser ouvidos nesta segunda-feira (23). Em janeiro de 2020, vieram à tona registros de intoxicação por monoetilenoglicol e dietilenoglicol em consumidores da marca, o que provocou dez mortes e sequelas em dezenas de pessoas.

Ao longo desta semana, serão 18 oitivas. Só após os depoimentos, o juiz poderá se manifestar e dar sentença ao caso. No total, foram 11 denunciados: três sócios-proprietários da Baker por envolvimento na adulteração de bebidas alcoólicas, sete encarregados da fabricação por lesão corporal grave e gravíssima, homicídio culposo, além dos crimes imputados aos sócios e uma outra pessoa que teria repassado falsas informações no inquérito.

Nenhum dos nomes foi acusado de crime doloso – quando há intenção de matar, e por isso, não haverá júri popular. No processo, eles defendem inocência, e destacam que não há provas suficientes para que o MP mantenha a denúncia.

Até o momento, o juiz responsável pelo processo apontou que há elementos na denúncia do Ministério Público para manter o caso, e que não foram apresentadas provas que pudessem levar à absolvição dos acusados.

Intoxicação

Em janeiro de 2020, começaram a surgir casos de pessoas que teriam sido envenenadas no bairro Buritis, região Oeste da capital. Quando investigado, foi esclarecido que todos os casos eram relacionados pelo consumo de bebidas da Baker pelas vítimas.

Por meio de análises, foram identificados o monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG). As investigações procuraram vestígios de sabotagem na linha de produção da empresa, mas a possibilidade foi descartada.

Em junho do mesmo ano, a Polícia Civil indicou que um dos tanques usado no sistema de refrigeração tinha um furo, e dois meses depois, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que a contaminação acontecia desde 2019.Em abril deste ano, a Baker conquistou autorização para voltar a produzir a bebida em BH, o que foi visto com decepção por vítimas que ainda buscam resoluções legais após serem intoxicadas.

As informações são da Rádio Itatiaia – Associada Amirt

Foto: Jéssica Moreira / Itatiaia

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