Ação da Polícia Civil desarticula esquema de venda de cursos preparatórios piratas

Uma operação interestadual da Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), desencadeada na manhã desta terça-feira (21), simultaneamente, nos estados do Rio e de Minas Gerais, visa desarticular um esquema de venda de cursos piratas preparatórios para concursos. Os criminosos teriam causado um prejuízo estimado em R$ 65 milhões aos cursos oficiais e lucrado aproximadamente R$ 15 milhões com o crime. Juiz de Fora está na mira da manobra. Ainda não há informação sobre presos.

Batizada da “Black Hawk”, a ação cumpre nove mandados de prisão e 19 de busca e apreensão contra uma associação criminosa responsável por piratear cursos preparatórios e controlar uma das maiores plataforma virtual de cursos pirateados do Brasil. Em minas, os mandados estão sendo cumpridos em Juiz de Fora e Borda da Mata, no Sul do Estado. Já no Rio de Janeiro, policiais estão em Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema e Araruama.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, as investigações apontaram que o grupo comercializou cursos preparatórios pirateados, inclusive para a área de segurança pública, como Polícia Civil, Polícia Federal e Rodoviária Federal e carreiras fiscais e jurídicas.

A apuração apontou que os cursos originais, que custam entre R$ 10 e R$ 15 mil, eram pirateados e vendidos no site do grupo criminoso com até 10% a menos do valor original. Um dos alvos da operação, que, conforme a Polícia Civil reside no estado de Minas Gerais, era o responsável por quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos oficiais e transferir os arquivos para uma nuvem própria, onde as aulas eram disponibilizados para os clientes das plataformas virtuais gerenciadas por outro alvos da operação que mora no Rio de Janeiro. Não foi informado ainda se ele mora em Juiz de Fora ou Borda da Mata.

Ainda segundo o apurado, para ocultar a grande movimentação financeira o responsável pela plataforma pirata utilizava parentes como laranjas. Durante a investigação, a mãe dele, que, conforme a Polícia Civil, possui um pequeno salão de cabeleireiro, teve movimentação bancária de cerca de R$1,5 milhão e ganho líquido de aproximadamente R$ 500 mil reais em operações de bolsas de valores conforme análise do Relatório de Inteligência Financeira (RIF). Ele também mantinha bens adquiridos em nome dos vendedores para ocultar o patrimônio, assim como possuía uma empresa fantasma sediada em um shopping de luxo na capital paulista.

Na ação realizada hoje, os agentes estão ainda fazendo também o levantamento do patrimônio dos envolvidos no esquema para identificar os bens adquiridos com dinheiro de origem ilícita visando posteriormente sequestro judicial dos recursos.

Os compradores identificados na investigação poderão responder pelos crimes de receptação, com pena de até 4 anos e, podem ser desclassificados dos concursos. O bando é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e violação de direito autoral. Um balanço da ação deve ser divulgado ao longo do dia.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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