Faturamento da indústria mineira cai 4,7% em setembro, diz a Fiemg

Redução de pedidos em carteira no segmento de transformação em setembro impactou a atividade em Minas Gerais

A indústria mineira perdeu força em setembro. Ainda assim, o setor permanece apresentando resultados positivos em relação a 2022. Segundo a Pesquisa Indicadores Industriais (Index), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o faturamento industrial caiu 4,7% frente ao mês imediatamente anterior, explicado pela redução de pedidos em carteira no segmento de transformação. Já na comparação com o mês de 2021 e no acumulado do ano, as receitas avançaram 4,1% e 2,6%, respectivamente.

O menor ritmo observado no nono mês deste exercício também culminou com queda nas horas trabalhadas na produção, que teve retração de 2,7% sobre agosto, a mais intensa para o mês em 16 anos. E o mercado de trabalho também sentiu os efeitos, registrando recuo de 0,5% no mesmo tipo de confronto.

A maior parte dos resultados de ambos os indicadores apresentou movimento semelhante ao faturamento e apuraram elevação nas demais bases de comparação, exceto o emprego que também ficou negativo em 1% quando comparado com igual mês do ano anterior.

Já a utilização da capacidade instalada ficou praticamente estável em setembro, comparativamente a agosto, marcando 81,6%. E ficou 1,1 ponto percentual abaixo da sua média histórica, de 82,7%. No acumulado do ano também apresentou estabilidade, chegando a 83,3%.

De acordo com a analista de estudos econômicos da entidade, Júlia Silper, no caso do recorde registrado nas horas trabalhadas em setembro, houve redução em ambas as indústrias: extrativa (-0,4%) e de transformação (-2,9%). Segundo ela, a entidade não divulga os setores específicos que mais colaboraram para o resultado, porém, pode-se dizer que foi algo pontual sem função de sazonalidade. “É uma questão apenas de ajuste de produção”, disse.

Em relação aos desempenhos sumariamente positivos no decorrer do ano, a analista ressalta que os números podem ser explicados pela superação do período mais agudo da pandemia de Covid-19 no País e a consequente normalização das atividades. Além disso, a melhora do mercado de trabalho e as medidas de estímulo fiscal adotadas ao longo do ano, como a maior concessão de benefícios sociais e a redução das alíquotas de alguns impostos, como o ICMS, também foram fundamentais.

Para os próximos meses, no entanto, é esperado um desempenho mais moderado. “O resultado não deve virar, mas espera-se um desempenho mais moderado, já que a conjuntura está um pouco mais adversa. Já há revisões para baixo do crescimento global em um contexto de inflação elevada e de continuidade da política de combate à Covid-19 na China. Internamente, temos a manutenção da Selic em patamares elevados, o que deve impactar negativamente a demanda por bens industriais”, avalia.

Resultados da indústria

De maneira detalhada, o Index revelou que apesar da queda histórica nas horas trabalhadas no comparativo entre setembro e agosto, frente a setembro de 2021, o indicador mostrou elevação de 0,3%, justificada pelo avanço na indústria de transformação. De janeiro a setembro, o índice geral aumentou 1,4% com expansão nas indústrias extrativa e de transformação.

No caso do emprego, além das quedas de 0,5% e 1% nas comparações mensais, no acumulado de 2022 houve aumento de 0,6%, puxado pelas atividades de transformação.

massa salarial da indústria cresceu 0,8% em setembro sobre agosto e comparativamente a setembro de 2021 o índice aumentou 8%. Nos nove meses do ano a alta foi de 2,1%.

Por fim, o rendimento médio mostrou crescimento de 1,5% em setembro sobre agosto e de 9,1% frente ao mesmo mês de 2021. No acumulado do ano a alta também é de 1,5%.

As informações são do Diário do Comércio.

Foto: divulgação

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