Longa mineiro “Canção ao longe” disputa prêmio de melhor filme na 55º edição do Festbrasília

O filme tem direção e roteiro de Clarissa Campolina e conta a história de uma jovem arquiteta que vai em busca da sua identidade

Depois de duas edições online, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Festbrasília), o mais antigo festival de cinema do país, volta ao presencial este ano, no próximo dia 14 de novembro. O anúncio dos curtas e longas que competirão foi feito nesta quarta-feira (26), em coletiva de imprensa realizada no Cine Brasília.

Entre os mil e duzentos filmes inscritos, foram selecionados 12 curtas e seis longas metragens para a Mostra Competitiva Nacional e outros 12 filmes para compor mostras paralelas, intituladas de “Reexistências” e “Festival dos Festivais”.

“Canção ao Longe” é o filme representante de Minas Gerais na competição, o longa foi estreado no dia 10 de outubro, no Festival do Rio. A narrativa retrata o rito de passagem para a vida adulta da jovem arquiteta Jimena, protagonizada pela atriz, artista visual e tatuadora Mônica Maria. A jovem deseja mudar-se da casa, que compartilha com a mãe e a avó, e onde sente-se deslocada. Ela também precisa romper com seu pai, com quem mantém uma troca de cartas à distância. Nesse movimento, Jimena lida com sua origem, seu corpo, suas escolhas e se depara com o silêncio de suas relações familiares. Através do seu olhar, o filme levanta questões sobre classe, família, tradição, raça e gênero.

Em entrevista para o Poltrona de Cinema, a cineasta contou um pouco sobre o processo criativo do filme:

“Havia o desejo de trazer para o centro da narrativa, o retrato íntimo das relações familiares e sociais, a fim de revelar fissuras e colocar em xeque as estruturas em que nos moldamos. O encontro com a Mônica Maria modificou e enriqueceu as questões a serem trabalhadas no filme. Mônica é uma mulher preta e a questão racial passou a ser fundamental para a narrativa e todo o processo do filme, desde sua escrita, até a pesquisa, produção, ensaios com os atores e atrizes e a relação dos corpos com o espaço urbano”.

Clarissa Campolina é natural de Belo Horizonte e atua no mercado audiovisual há quase 20 anos, com trabalhos como o curta-metragem Trecho (2006), o média Notas Flanantes (2009) e o longa Girimunho (2011), entre outros. Já recebeu premiações em festivais em Brasília, Locarno, Oberhausen, Buenos Aires, Veneza, Mar Del Plata, Nantes e Havana.

Mais informações sobre o Festival no site festcinebrasilia.com.br.

Foto: Reprodução da internet.

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