Caso ocorreu em uma loja de molduras no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte. Médica foi encaminhada ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A funcionária de uma loja de molduras denunciou, nessa quinta-feira (20), ter sido vítima de injúria racial no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte. Ela alega que uma médica legista aposentada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) teria chamado ela de ”preta” de forma pejorativa durante uma discussão devido a um desacordo comercial.
“Essa cliente já havia contratado um serviço na loja e houve um atraso. Ela já chegou na loja querendo caçar confusão dizendo que tinha acabado de sair da delegacia, que tinha feito a ocorrência no Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e queria levar o serviço dela embora”, disse.
Ainda segundo a versão da funcionária, ela ia registrar que o serviço estava sendo cancelado e o reembolso ia ser feito nesta sexta-feira (21). “Foi então que ela jogou a bolsa em cima da mesa e veio me agredir. Ela me chamou de ‘preta’, me deu um soco no peito e me arranhou. Nós caímos no chão e, automaticamente, eu pedi ao pessoal que filmasse e que chamasse a polícia no momento da agressão”, relatou.
“Ela fez xingamentos raciais duas vezes. Na segunda vez, ela mandou o menino que estava lá para separar a briga ‘tirar essa preta de perto de mim'”. O sentimento da funcionária é de revolta. “É muito triste, eu não consigo nem falar que eu me emociono”, acrescentou.
‘Eu não falei nada’
A médica legista aposentada negou os insultos de cunho racista. “Não teve, eu não falei nada. Eu não chamei ela de nada”, disse.
Ela disse que houve um problema com o serviço da loja e que foi ao estabelecimento para buscar os quadros. “Ela (a funcionária) falou que ia escrever o recibo com o que tinha acontecido. Então, fui ao lado dela para ver o que estava sendo escrito e ela falou: ”você não vai ver o que eu estou escrevendo não.”
Na versão da suspeita, ela foi até a funcionária para ler o documento. “Nesse momento, ela me empurrou eu já caí no chão. Ela já caiu com o joelho em cima do meu tórax e fiquei imobilizada.”, relatou. A suspeita ainda acusou que uma das testemunhas ”fez inúmeras injúrias” contra ela.
Por fim, ela disse que é “membro de Conselho de Ética de Medicina e jamais faria isso”.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que “a médica legista aposentada, de 58 anos, foi conduzida e ouvida por meio da Central Estadual de Plantão Digital e autuada em flagrante pelo crime de injúria racial.”
Ela foi encaminhada ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.