Pesquisa da UFJF avalia felicidade em pacientes com doenças respiratórias crônicas

Estudo recruta participantes e pretende verificar se treinamento físico pode impactar a percepção do sentimento

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) quer avaliar se a prática de treinamento físico pode alterar a percepção de felicidade em pessoas com doenças respiratórias crônicas. Responsável pelo estudo, o pesquisador e professor da Faculdade de Fisioterapia e do Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação da UFJF, Anderson José, conta que a ideia surgiu a partir de um estudo já publicado em uma revista científica sobre medicina, com quase 800 mil participantes, e que avaliava fatores de interferência na felicidade das pessoas e se esse sentimento prolongaria a vida delas.

“Eles chegaram à conclusão que não, mas, na redação do estudo, existem vários dados muito interessantes como quem é ou não feliz, de acordo com a escolaridade, o estado civil, o lugar onde nasceu, entre outras situações. O que me chamou atenção ali foi que pessoas com doenças respiratórias estão entre os grupos de pessoas mais infelizes, até mais do que pessoas com câncer”, cita. Paralelo aos apontamentos deste estudo, o professor afirma que o exercício físico apresenta efeitos positivos sobre a função cerebral, desde o sistema molecular até o nível comportamental, e que também já foi demonstrado que um programa de exercícios físicos regulares aumenta a percepção de felicidade em indivíduos saudáveis, idosos e crianças obesas.

“Então, juntamos as duas premissas para o nosso estudo: se pessoas com doenças respiratórias crônicas são mais infelizes e o exercício tem o poder de modificar isso, será que fazendo o exercício a gente vai provocar uma mudança na percepção de felicidade das pessoas? Esse é o objetivo do estudo: avaliar se o treinamento físico altera essa percepção de felicidade das pessoas com doenças respiratórias crônicas”, afirma.

O professor destaca que a percepção de felicidade é subjetiva e que existem métodos que conseguem mensurar essa percepção. “Por exemplo, existem questionários validados para medir essa percepção de felicidade. Estamos medindo por vários instrumentos, inclusive, um deles é utilizado pela Organização Mundial da Saúde, que também faz esse tipo de estudo. Esses questionários são validados e é dessa forma que a gente tem mensurado antes e depois do treinamento físico.”

Saiba como participar

Atualmente, o estudo está na fase de coleta de dados e recruta participantes. Se você possui doença pulmonar obstrutiva crônica (DPCO), é um paciente adulto, tem autonomia para a realização de caminhada e de exercícios físicos e tem interesse em ser um participante do estudo, pode agendar uma entrevista, por meio do telefone do ambulatório de Fisioterapia do Hospital Universitário da UFJF (HU-CAS): 4009-5372.

Na unidade, já é realizado um programa de reabilitação pulmonar em pacientes com doenças pulmonares crônicas, por meio de programa de treinamento físico. “Esse tratamento já é normalmente realizado com foco nesse tipo de paciente, e a reabilitação pulmonar já tem benefícios reconhecidos, como a melhora da qualidade de vida, da tolerância ao esforço, dos sintomas e da falta de ar. Mas a avaliação da percepção da felicidade propriamente dita é uma novidade, um estudo inédito talvez no mundo”, ressalta o professor.

Não podem participar pessoas que tenham outras doenças respiratórias, alguma doença cardíaca instável ou sequelas de distúrbios que impeçam o indivíduo de ter autonomia para marcha. De qualquer forma, é realizada uma avaliação completa do candidato.

 

Pesquisar