O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 4,6% no ano passado, um recorde da série histórica. Em valores absolutos, a soma de todas as riquezas produzidas no país em 2021 totalizou R$ 8,7 trilhões. Com esse avanço, o país recuperou as perdas de 2020, quando a economia encolheu 3,9% devido à pandemia de covid-19.
De acordo com o IBGE, no último trimestre do ano, o resultado do PIB chegou a superar em 0,5% a soma do final de 2019. Mas ainda assim, a economia brasileira continua 2,8% abaixo do ponto mais alto que foi alcançado no primeiro trimestre de 2014. O crescimento da economia é resultado das altas de 4,7% nos serviços e de 4,5% na indústria. Juntos, esses dois setores representam 90% do PIB. Pela ótica da demanda, as três principais categorias também subiram. O consumo das famílias aumentou 3,6%, a despesa do governo subiu 2, e os investimentos cresceram 17,2%. No entanto, a coordenadora de Contas Nacionais do instituto Rebeca Palis, destaca que ainda há o que recuperar, como o consumo das famílias.
Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio, com alta de 11,4%, puxada principalmente pelo transporte de passageiros que subiu bastante no final do ano com o retorno das pessoas às viagens. Além disso, os serviços de informação e comunicação subiram 12,3%, sendo a atividade isolada com melhor desempenho da economia brasileira.
Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que tinha caído 6,3% em 2020, mas subiu 9,7% em 2021, recuperando as perdas e expandindo. Por outro lado, a queda na agropecuária se deu em decorrência das condições climáticas e do embargo da China à carne brasileira. Apesar do crescimento de 11% na produção de soja, outras culturas importantes registraram queda como a cana-de-açúcar, o milho e o café.
Para o Ministério da Economia, o resultado geral confirma a continuidade da retomada da atividade econômica, em nota a pasta destacou o crescimento do Brasil no biênio 2020/2021, superou todos os países do G7, exceto os Estados Unidos e ficou acima da maior parte dos países do G20. De acordo com o Assessor Especial de Assuntos Estratégicos da pasta, Adolfo Sachsida, as perspectivas para este ano são otimistas, mas é preciso monitorar os efeitos do conflito entre a Russia e a Ucrania.
O Ministério espera que a ampliação dos projetos do Programa de Parcerias de Investimentos tenha um impacto de R$ 38 bilhões, o que representa 2,3% a mais na formação de capital e de 0,4% no PIB.