Durante operação policial realizada na manhã dessa quinta-feira (3/2), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandado de prisão preventiva contra um homem, de 52 anos, suspeito de estelionato. Ele é investigado por se relacionar com ao menos três mulheres para conseguir dinheiro delas. O prejuízo total às vítimas já identificadas chega a, aproximadamente, R$ 400 mil.
Segundo as investigações, a cargo da 2ª Delegacia Especializada de Investigação de Fraudes, o investigado se apresentava como coronel reformado do Exército Brasileiro para conquistar as vítimas. “Era uma forma de parecer que tinha boa condição financeira e que não as enganaria. Contudo, confirmamos que ele apenas prestou serviços para a corporação, brevemente, nos anos de 1980”, explica o delegado responsável pelo caso, Gustavo Xavier. “Para tanto, ele ostentava carteira, medalhas, insígnias e outros artigos do Exército para dar credibilidade ao personagem que apresentava”, completa.
Ao se aprofundar nos relacionamentos com as mulheres, o suspeito passava, então, a pedir empréstimos, com valores que variavam de acordo com as economias das vítimas. “Uma delas, teve prejuízo de R$ 300 mil. Outra, chegou a passar R$ 50 mil em várias parcelas e um veículo”, esclarece Xavier.
As investigações revelaram, ainda, que após conseguir as somas, o suspeito desaparecia e procurava outras mulheres para iniciar um relacionamento com o propósito de aplicar o mesmo golpe. Em todos os casos, ele abriu empresas com os dados das vítimas que, por fim, acabaram sofrendo também processos trabalhistas.
Mais vítimas
Após quase cinco meses de apuração, a PCMG prendeu o suspeito em Lagoa Santa, região Metropolitana de Belo Horizonte, em uma obra onde trabalhava como empreiteiro.
O chefe do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof), delegado Júlio Wilke, destaca a gravidade da natureza do crime. “Além do prejuízo financeiro, é muito traumático para essas mulheres terem o psicológico abalado por essa relação falsa que se criou. Ainda assim, é essencial que todas as vítimas, com certeza existem mais, procurem a polícia para denunciá-lo”, pontua.
A investigação do crime de estelionato é condicionada à representação da vítima, conforme lembra o chefe de Divisão do Decoof, delegado Eric Brandão. “Portanto, é necessário que, além de registrar um boletim de ocorrência, as vítimas compareçam à delegacia para assinarem o termo de representação”, esclarece o delegado, ao destacar que a pena para o crime de estelionato pode chegar a cinco anos de reclusão.
O suspeito, que já acumulava mais de 20 registros policiais por estelionato, foi ouvido e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional.