A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, na última sexta-feira (17), inquérito policial e indiciou um ex-prefeito, quatro secretários e outras 11 pessoas por organização criminosa, desvios de recursos públicos, corrupção ativa e passiva, por fraudes investigadas no município de Brasília de Minas, na região Norte do estado.
O esquema envolvia a contratação de veículos e máquinas pesadas através de uma cooperativa com desvio de recursos por meio de falsificação de notas fiscais. Além do chefe do executivo, seus secretários e funcionários municipais, participavam do esquema empresários contratados pela prefeitura.
A investigação realizada pela equipe policial comprovou que uma obra que deveria ser feita em apenas um dia, muitas vezes demorava semanas para ser concluída, aumentando seus custos. Além disso, alguns serviços eram prestados em partes e outros nem sequer eram prestados pelas empresas, “serviços prestados por veículos do município eram registrados como se fossem feitos pela instituição privada, com emissão de notas de faturamento emitidas em favor da instituição privada, gerando pagamento indevido para a cooperativa”, explicou o delegado Flávio Cavalcanti.
Cavalcanti acredita que o prejuízo aos cofres públicos pode superar mais de R$1,2 milhão no período investigado. Ele destaca que a movimentação financeira do ex-prefeito também foi investigada. Em menos de um ano de mandato, ele fez a aquisição de oito lotes à vista em valores que chegam a quase R$320 mil no mesmo período. O salário dele como prefeito somou-se pouco mais de R$ 120 mil, ultrapassando substancialmente a renda com a função exercida.
O inquérito policial encontra-se à disposição da Justiça e as investigações prosseguem para apuração de outros crimes relacionados.