Já se encontra no presídio de Conselheiro Pena (MG), a jovem de 20 anos, apontada como suspeita de ter matado a própria filha, uma bebê de apenas seis meses. O caso aconteceu na última quinta-feira (21), em Governador Valadares (MG). Segundo a Polícia Civil, o corpo da criança apresentava diversas lesões graves e existe a suspeita de que a recém-nascida tenha sido vítima de maus tratos. O caso está sendo tratado como crime de homicídio qualificado.
Nesta terça-feira (26), a PC falou sobre as investigações. Segundo a delegada Daniely Muniz, a mãe da criança nega ter cometido o crime, mas a frieza da mãe chamou a atenção. “Chamou a nossa atenção a extrema frieza, ou insensibilidade, diante de uma circunstância que era uma tragédia familiar. Enquanto todos os familiares estavam desesperados, havia uma comoção muito grande no bairro onde a família reside, a investigada se mostrou insensível. Em nenhum momento chorou ou esboçou qualquer reação de desespero com a morte da filha.”
Segundo a polícia, a mãe da menina disse que estava dormindo na casa de um “ficante”, quando foi acordada pelo companheiro com a criança chorando. “Ela negou veementemente a prática de qualquer agressão em face da filha dela. Foi realizada uma acareação entre ela o indivíduo que está envolvido nos fatos, o namorado, e aí ela passou a narrar que de fato, quando a criança chegou na residência dele já apresentava algumas lesões em face, uma equimose na face, uma marca semelhante a uma lesão praticada por unha, e ela falou que foi a própria criança que teria feito aquilo. Já hoje, quando ela foi inquirida e informada das circunstâncias do fato, da acusação que recaiu sobre e da investigação a que ela estava submetida, ela já narrou que em alguns momentos, em razão dela ser muito jovem, dela ter duas filhas e não ter uma estrutura familiar, alguém que lhe desse suporte, ela ficou nervosa, perdeu a paciência em alguns momentos e de fato ela teria sacudido a criança ou dado algumas palmadas com teor corretivo. Mas definitivamente ela nega que teria sido ela a causadora do evento morte do bebê.”
Foi o rapaz que estava com ela quem fez o acionamento do socorro. Já no IML, o médico legista de plantão acionou a polícia devido à gravidade das lesões no corpo da vítima.
O delegado Márdio Bento informou que familiares da vítima estão sendo ouvidos e que a polícia aguarda os laudos técnicos e o laudo pericial do local para apurar como as agressões teriam ocorrido e se houve negligência na prestação de socorro à menina. Segundo ele, a prisão temporária da moça se deu após informações de que ela poderia tentar uma fuga. “Existiam informações contundentes de que ela poderia lograr fuga para outro estado da federação, mais especificamente o estado do Espírito Santo, onde ela possuía parentes, ou até mesmo fugir, porque ela já sentia que existiam elementos fortes contra ela.”
Além da bebê, a suspeita do crime possui uma filha de dois anos, ambas fruto de um relacionamento com um homem, com quem ela mantém uma união estável. O pai das crianças está preso.
A filha mais velha da suspeita está sob os cuidados de parentes e será acompanhada pela Assistência Social, para que seja apurado se ela foi vítima de algum tipo de maus tratos.
A polícia continua investigando o caso. Se condenada pelo crime de homicídio qualificado, a mãe da garota pode pegar até 40 anos de prisão.
