Projeto idealizado pelo juiz da Vara de Execução Penal, Richardson Xavier Brant, juntamente com o promotor da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos), Paulo César Vicente de Lima, ambos da Comarca de Montes Claros, Norte de Minas, resultou em uma iniciativa que foi colocada em prática em setembro de 2021 e trará amplos benefícios ambientais e sociais para a comunidade.
Trata-se da criação da fábrica de blocos ecológicos mantida pela unidade da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Montes Claros. O projeto prevê a transformação de resíduos de vidro recolhidos por catadores de lixo em agregado reciclável.
“A iniciativa gera emprego e renda para os catadores de resíduos sólidos e para os reeducandos do sistema prisional”, sintetiza o juiz Richardson Xavier Brant.
Integram o convênio o Município de Montes Claros, o TJMG, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Apac e quatro cooperativas locais de catadores de resíduos sólidos.
“O trabalho realizado pelos recuperandos oferece uma alternativa de ressocialização a eles. Os recuperandos que cumprem pena em Apacs voltam para a sociedade com uma formação profissional e uma nova mentalidade para conviver com as pessoas próximas”, acredita o vice-presidente interino da Apac de Montes Claros, Antônio Augusto Tavares.
O especialista em reciclagem Albert Sandro Mendes explica que, inicialmente, o vidro — matéria-prima do projeto — é moído em unidades de reciclagem. “O resíduo que chega à Apac vai para o processamento e transforma-se em agregado reciclável. Tal material tem várias aplicações, entre elas, a produção de blocos e pisos.”
As associações de catadores de resíduos sólidos são responsáveis pela separação dos vidros, o que gera renda para esses profissionais, acrescenta o especialista.
Os galpões para reciclagem são mantidos por um programa coordenado pela prefeitura municipal de Montes Claros.
“O objetivo é que, futuramente, os blocos produzidos pela Apac sejam adquiridos e utilizados em obras do município”, informa o vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães.
Três moradores de rua, além dos recuperandos, já fabricam os blocos. Eles fazem parte da Associação de Reciclagem Amor e Vida. A comunidade de Montes Claros pode ajudar na manutenção do projeto levando os resíduos, incluindo as embalagens de vidro, às associações de reciclagem.
O juiz Richardson Xavier Brant acrescenta que universitários de faculdades de engenharia de Montes Claros irão atuar para garantir a qualidade dos artefatos produzidos.
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