Imagine a luta que é dormir na rua em meio a uma pandemia, precisando estudar para o vestibular. Essa é a história do Vitório da Silva Ferreira e tem um final feliz! Aluno de escola pública, foi aprovado no curso de direito da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).
O adolescente saiu de casa devido a questões familiares. Seu pai morreu quando ele tinha apenas 6 anos e a mãe desenvolveu problemas psicológicos, que prejudicavam o estudo de Vitório, 17 anos.
Sem ter para onde ir, de abril a junho de 2020, Vitório passava as noites no estacionamento de uma farmácia no bairro de Capim Macio, em Natal.
Combustível
Em busca do sonho de se tornar delegado, quando amanhecia, Vitório ia para o campus da UFRN, onde comia e utilizava a internet para assistir às aulas on-line da escola em que concluiu o ensino médio e conteúdos extras no YouTube.
Além disso, aproveitava um dos banheiros da universidade para tomar banho e lavar a roupa. Nesse tempo, ele também ganhou algumas cestas básicas da sua escola, garantindo a alimentação durante os dois meses.
Ainda na UFRN, usava o microondas de um vigilante para preparar suas refeições. Vitorio saiu das ruas em junho, encontrando abrigo na casa de amigos e arrumando um trabalho informal como garçom em um bar. Hoje, está sob responsabilidade de uma tia.
Estudantes criam vaquinha
Para ajudar Vitório a batalhar pelo seu sonho, estudantes de Direito da UFRN lançaram uma vaquinha virtual. Rapidamente, a meta inicial foi ultrapassada. Até a publicação deste texto, a campanha havia arrecadado R$ 19.659 mil.
Com o valor, Vitório adquiriu um celular novo e pretende comprar um notebook. Ainda vai poder montar um ambiente de estudos bem bacana, além de suprir necessidades básicas, como alimentação, pois sua tia também passa por dificuldades financeiras.
Recado de Vitório:
“Eu tenho orgulho dos momentos de conquistas que eu venho obtendo. Mas o mais importante, de verdade, é lembrar dos momentos que eu não desisti de acreditar naquilo que me fazia sonhar quando vou me deitar. É ter a percepção de que naquelas noites que eu dormia na rua, acreditava na educação para ascender socialmente. É acreditar e seguir na caminhada.”
Do site R7
Postado originalmente por: Manhuaçu News