Construção da biofábrica promete reduzir doenças que foram intensificadas após desastre na região
A Vale vai construir uma biofábrica para produzir o mosquito Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. A bactéria reduz a capacidade do Aedes de transmitir os arbovírus. O intuito da ação é diminuir o número de casos de dengue e zika na região. Pois, segundo cientistas, o rompimento das barragens causou aumento de arboviroses, doenças transmitidas por mosquitos, aranhas e carrapatos.
Soltos na natureza, os Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia passam a ser dominantes entre os outros. Assim eles poderão reduzir a transmissão do vírus e os casos de dengue e zika.
Em Minas, os casos de dengue nos municípios atingidos pelos rejeitos da barragem da Mina Córrego do Feijão foram de 858 em 2018 para 77.741 em 2019. Enquanto os de zika, subiram de 23 para 309. Em Brumadinho, eram 25 casos de dengue que saltaram para 2.105 após a tragédia.
A construção da fábrica é um investimento de R$ 135 milhões da Vale com o governo de Minas Gerais, para financiar a ação e projetos da Fundação Ezequiel Dias. O contrato entre as partes ainda está sendo negociado.
A biofábrica será operada pela Fiocruz em conjunto com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. A Vale irá financiar as atividades da organização por cinco anos. A expectativa é que comecem a construir a unidade ainda neste ano e se torne a maior biofábrica da América Latina.
A bactéria Wolbachia é um projeto do World Mosquito Program, que já foi aderido em 11 países. Trazido por Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz, para o Brasil, também está sendo implantado em Campo Grande (MS) e Petrolina (PE).