BRASÍLIA – O Ministério da Saúde recuou nesta quarta-feira, 24, e voltou a orientar que metade do novo lote da Coronavac seja reservado para garantir a aplicação da segunda dose da vacina contra a covid-19. No último dia 19, o general Eduardo Pazuello disse a prefeitos que não seria mais necessário reter vacinas, pois o fluxo de entrega de novos lotes permitiria repor estoques a tempo de completar a imunização.
O intervalo recomendado para a aplicação das doses da vacina feita pela farmacêutica chinesa Sinovac e distribuída no Brasil pelo Instituto Butantan é de 21 dias. Prefeitos e governadores vinham cobrando que o Ministério da Saúde confirmasse a orientação de Pazuello em uma nota técnica, mas a pasta manteve as recomendações anteriores.
A recomendação da Saúde se aplica a 1,2 milhão de doses da Coronavac que serão distribuídas entre o fim deste mês e começo de março. Também serão entregues 2 milhões de unidades da vacina de Oxford/AstraZeneca, importadas da Índia, mas não há necessidade de reter metade dessas doses. Isso porque o intervalo de aplicação desta vacina é mais longo, de até 3 meses.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que a chegada de novos imunizantes vai permitir a vacinação de novos grupos prioritários: “Serão priorizadas pessoas de 85 a 89 anos, pessoas de 80 a 84 anos, 3.837 indígenas e 8% dos trabalhadores da saúde”.
A região Norte irá receber 5% do total de doses de vacinas em cada fase de distribuição. “Desse total, 70% ao Amazonas, 20% ao Pará e 10% Acre, para também atender aos seguintes grupos prioritários”, diz a Saúde. No Amazonas a ideia é já vacinar pessoas de 60 a 69 anos.
“A nova remessa de vacinas do Butantan corresponde à entrega de duas doses, sendo necessário que estados e municípios façam a reserva da segunda dose para garantir que o esquema vacinal seja completado no período recomendado de 2 a 4 semanas”, afirma nota da Saúde, contradizendo Pazuello. No comunicado, a pasta volta a afirmar que 50% da população deve ser vacinada até julho. O cronograma de Pazuello, porém, prevê a aplicação de vacinas ainda em negociação com o governo e que devem dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Covaxin e a Sputnik V.
Fonte: Terra
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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro