Especialistas destacam a importância do esforço conjunto entre pais, poder público e escolas
Uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) apontou que 24% dos estudantes de 15 a 18 anos, cursando o ensino médio, pensaram em abandonar os estudos após o fim do isolamento social. A desmotivação com as atividades escolares e a situação financeira das famílias tem pesado na decisão.
Além disso, as crianças matriculadas na etapa fundamental também não estão passando por um momento fácil, visto que um levantamento do Datafolha, a pedido da Fundação Lemann, do Instituto Itaú Social e da Imaginable Futures, indicou que 43% dos pais dos estudantes, que estão cursando entre o 6º e 9º, temem que os filhos desistam de estudar.
Desta forma, especialistas afirmam que é necessário reverte o quadro e, para isso, o esforço conjunto entre pais, poder público e instituições de ensino é muito importante. O diretor de Políticas Educacionais na Fundação Lemann, Daniel de Bonis, destacou que atividades não presenciais, contato com o professor, comunicação com a família é muito importante para que essa ligação não se perca.
Angela Mathylde, conselheira nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ressaltou que os pais terão um papel importante em meio a esse cenário, já que a responsabilidade não é apenas da escola. A psicopedagoga explicou que se a criança não tiver uma rotina com os estudos on-line, regras estabelecidas, vai ficar desmotivada. Por isso, as famílias precisam procurar alternativas.
A Secretaria de Estado de Educação ressaltou que a taxa de abandono na rede vem caindo desde 2017, quando era 8,1% no ensino médio, 3,1% nos anos finais do fundamental e 0,3% nos anos iniciais. No ano passado, no ensino médio foi de 5,3% e 1,6% e 0,2% nos anos finais e iniciais do fundamental.
Vale lembrar que o programa Busca Ativa, que resgata alunos que deixaram os estudos, continua funcionando na pandemia.