O boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (19) revela que 604 municípios do estado possuem notificações da doença, mas autorização de deputado permite que campanhas publicitárias sejam realizadas apenas para informar moradores da Grande BH
O estado de Minas Gerais é composto por 853 municípios, sendo que 72% da população está localizada no interior. Apesar dos dados, apenas os moradores de cidades da região Metropolitana de Belo Horizonte terão campanhas informativas sobre a Covid-19 nos veículos de comunicação.
Os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelam que os casos da doença têm crescido nos municípios do interior de Minas.
Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, existem 2.608 pessoas diagnosticadas com Covid-19. Além disso, Juiz de Fora, na Zona da Mata, possui 916 notificações da doença, e Ipatinga, no Vale do Rio Doce, 777 casos confirmados. Ao todo, 604 municípios do estado têm casos da doença, que somam milhares de notificações. As informações foram publicadas nesta sexta-feira pela SES.
Mesmo com a disseminação da Covid-19, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado estadual Agostinho Patrus (PV), autorizou a realização de campanhas publicitárias sobre a doença apenas em cidades da região Metropolitana de Belo Horizonte.
Desta forma, a população do interior não receberá as mesmas informações dos municípios da Grande BH. A situação gerou indignação em veículos de comunicação, que acreditam que a informação deve ser a mesma para todos, independente da cidade que resida.
Por este motivo, a Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) e o Sindicato Dos Proprietários De Jornais (Sindijori-MG) publicaram nota questionando o deputado sobre as outras vidas que poderiam ser colocadas em risco por falta de informação.
“Será que o parlamentar desconhece Minas Gerais e acredita que a pandemia esta restrita a região metropolitana, que deve prestar contas apenas a capital? Ou será que para o representante do Legislativo Estadual, a vida dos mineiros que moram no interior não importa?”, diz o texto.
Veja a nota na íntegra:
Para a ALMG, a vida dos mineiros no interior importa?
Em meio à pandemia do Covid 19, que assola todo o Brasil e tem crescido principalmente no interior de Minas Gerais, o cidadão que não mora na Região Metropolitana de Belo Horizonte tem algo mais a se preocupar: A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se importa com a vida dos mineiros no interior?
O questionamento se faz necessário depois que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Agostinho Patrus, autorizou o gasto do dinheiro público de todos os mineiros para Campanha publicitária sobre o Covid 19 apenas para a região metropolitana de Belo Horizonte. Será que o parlamentar desconhece Minas Gerais e acredita que a pandemia esta restrita a região metropolitana, que deve prestar contas apenas a Capital? Ou será que para o representante do Legislativo Estadual, a vida dos mineiros que moram no interior não importa? A ALMG é formada por representantes de toda Minas Gerais, mais de 70% dos deputados que chegaram ao parlamento foram eleitos por votos vindos das centenas de cidades fora da região metropolitana. Da mesma forma que os impostos que sustentam nosso Legislativo Estadual, (um dos mais caros do Brasil) são os mineiros do interior que bancam os altos salários e benesses ao Legislativo, mesmo em meio a pandemia, os salários na ALMG estão em dia! Será que os milhões de mineiros deixados de fora dos esclarecimentos da campanha legislativa do Covid 19 são inferiores aos demais? A resposta é um sonoro NÃO!
A decisão do deputado estadual Agostinho Patrus de, com o dinheiro público, priorizar a informação apenas a região metropolitana é um desrespeito a maioria dos cidadãos mineiros e também a maioria dos deputados que representam o interior de Minas. O Sindicato dos Jornais e Revistas do Interior de Minas Gerais – (Sindijori) e Associação Mineira de Rádio e Televisão de Minas Gerais (Amirt), repudiam a decisão do presidente do Legislativo mineiro que segrega nossa população e tenta minimizar a importância da vida dos mineiros.
Somos 72% da população de Minas Gerais e na mídia técnica somos ignorados e cortados.