Trecho da MG-353 entre Juiz de Fora e Coronel Pacheco cede completamente

Após interdição do trecho da MG-353 entre Juiz de Fora e Coronel Pacheco, o asfalto do km 66 da rodovia estadual terminou de ceder na manhã desta quinta-feira (6). O processo de erosão já havia causado um buraco de cerca de quatro metros de profundidade e levou à interrupção do trânsito de veículos no local, obrigando os motoristas a desviarem pela AMG-3085. O problema soma-se à cratera aberta na última semana nas proximidades de Tabuleiro da MG-353, que, por sua vez, intensifica a utilização de vias alternativas e a consequente deterioração das estradas de municípios da região.

Desde a quarta-feira (5), a rodovia está impedida e sinalizada pela Polícia Militar Rodoviária (PMR) até as proximidades do trevo da MG-353 com a AMG-3085. O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) confirmou a necessidade de interdição pela situação comprometedora das duas pistas de rolamento do local, podendo acontecer acidente semelhante ao ocorrido nas proximidades de Tabuleiro. O desvio pela AMG-3085 gera aumento do trajeto em 17 quilômetros, partindo do Centro de Juiz de Fora em sentido a Coronel Pacheco.

Novos problemas em estradas

Em contato com a reportagem da Tribuna, o tenente Júlio César Almeida da PMR confirmou problemas em outros trechos da MG-353 entre Juiz de Fora e Coronel Pacheco. Na altura do km 60 da rodovia, uma queda de barreira causa retenção no trânsito do local, que permanece em meia pista. A PMR aguarda o auxílio do maquinário da Prefeitura de Coronel Pacheco para retirar o material que está sobre a pista.

Em Goianá, onde o fluxo de veículos aumentou pelo desvio do trânsito que anteriormente passava por Tabuleiro, um buraco cresceu de maneira preocupante na ponte do município, localizada na MG-353, próximo à Fazenda Fortaleza De Sant’Anna. No entanto, para evitar a necessidade de interdição desta via, agentes e máquinas da Prefeitura de Goianá e do DER foram mobilizados para recuperar o trecho danificado ainda durante a manhã desta quarta-feira. Conforme informações do vice-prefeito do município, Paulo Pavão, o problema não causa retenção no trânsito e será completamente sanado ao longo do dia.

Desde quarta-feira, um áudio de WhatsApp gravado por uma pessoa que se identifica como Policial Militar gera apreensão na população ao citar problemas em pontes de Goianá e de Rio Pomba, que poderiam, de acordo com o áudio, ser interditadas após vistoria técnica. No entanto, as prefeituras dos dois municípios negaram a existência de problemas asfálticos graves no local, também afastando a possibilidade de interdição das estradas.

As prefeituras de Piau e Rio Novo também foram contatadas pela reportagem e questionadas sobre a situação das estradas que atualmente servem de desvio após os diversos problemas em rodovias da região. Elas também alegaram condições normais de tráfego.

Zona da Mata lidera em ocorrências

A Zona da Mata é a região mineira com maior volume de danificações de rodovias estaduais em decorrência das chuvas. Em levantamento realizado pelo DER e divulgado na quarta-feira, das 111 ocorrências recebidas pelo Departamento, 46 foram de estradas da Zona da Mata, que é seguida de perto pela região Central de Minas Gerais, com 42 notificações.
Na divulgação do DER (link: http://www.deer.mg.gov.br/noticias/2257-der-mg-intensifica-acoes-para-atender-ocorrencias-causadas-pelas-chuvas-no-estado), também foi destacada a intensificação de ações de manutenção nas rodovias estaduais. De acordo com o departamento, o trecho entre Ervália e Coimbra, interrompido em função do rompimento de bueiro e abatimento de aterro, está com projeto elaborado e em fase de levantamento de custos para a execução das obras.
Até o momento, a recuperação de todos os trechos impactados pelas chuvas está estimada em R$ 75 milhões em levantamento encaminhado à Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec).

Impactos no transporte intermunicipal

Os ônibus para o Aeroporto Presidente Itamar Franco (Aeroporto da Zona da Mata), em Goianá, está seguindo o trajeto indicado pela PMR, acessando a BR-040 e, em seguida, a AMG-3085, para chegar à MG-353, de acordo com Sebastião Rodrigues, diretor da viação José Maria Rodrigues, empresa operadora da linha de Juiz de Fora ao aeroporto. As viagens estão atrasando apenas cerca de 10 minutos, desta forma, os horários para partida dos ônibus estão mantidos. “O trecho é um pouco mais longo, mas não tem o trânsito que tem na serra da Grama”, explica o diretor da viação. “Isso não afeta porque já saímos mais ou menos duas horas e meia antes do vôo, chegamos lá em uma hora e vinte minutos, uma e meia. Nós já prevenimos por causa de um acidente ou alguma coisa na estrada.”

Entretanto, há ainda uma preocupação quanto a outra interdição parcial na MG-353, que traz incertezas quanto a possíveis alterações de trajeto da linha até o aeroporto. “Já interditaram a pista de um lado. Se interditar do outro, temos que ver o que vamos fazer, se a linha vai passar por Bicas, ou se vai ter que deixar um ônibus do lado de lá e outro do lado de cá para fazer um transbordo”, diz Rodrigues.

Para as viagens com destino a Rio Pomba, Ubá, Visconde do Rio Branco, Viçosa, Ponte Nova e Ipatinga, o desvio pela AMG-3085 aumenta a distância em 15 quilômetros e o tempo entre cinco e oito minutos, de acordo com o diretor da Unida, Fernando de Souza Mansur. O representante da empresa de transportes também aponta a qualidade da estrada como fator para o tempo das viagens não se estender por muito tempo, já que a velocidade dos veículos tem melhor desenvolvimento na via. “A única diferença é que as pessoas devem procurar embarcar no Terminal Rodoviário, porque não há embarque no trecho entre Juiz de Fora e Grama. As que tiveram que embarcar nesse trecho têm que ficar atentas.”

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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