Na semana passada os países americanos acertaram eliminar as gorduras trans da produção industrial de alimentos até 2025, com base em um novo plano para reduzir as doenças cardiovasculares, principal causa de morte na região.
O 57º Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) reuniu em Washington e aprovou a iniciativa que visa erradicar um componente que contribui para pelo menos 160 mil mortes ao ano no hemisfério.
O conselho destacou que a evidência mostra que as dietas ricas em gorduras trans aumentam o risco de doenças cardíacas em 21% e o risco de morte, em 28%.
As gorduras trans de produção industrial estão nas gorduras vegetais endurecidas, como a margarina, e em alimentos processados e ultraprocessados, tanto assados como fritos, dando aos produtos um maior tempo de conservação.
Além disso, o plano regional da Opas propõe três opções para a eliminação das gorduras trans, sendo proibir o uso de óleos parcialmente hidrogenados, limitar a 2% os ácidos graxos trans produzidos industrialmente no volume de gordura total em todos os produtos alimentícios.
Em 2008, a Declaração do Rio de Janeiro, promovida pela Opas, expressou o compromisso de autoridades e representantes da indústria de eliminar as gorduras trans de origem industrial, porém, ao menos 27 dos 35 países das Américas ainda usam a gordura.
Ainda de acordo com a Opas, o Brasil e Paraguai estão em uma etapa avançada na regulamentação do uso das gorduras trans.
O Canadá, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru e Uruguai já registraram e eliminaram a gordura trans.
Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão total de gordura trans se limita a menos de 1% do regime energético total, ou seja, menos de 2,2 gramas por dia em uma dieta de 2000 calorias.
(com supervisão de Patrícia Marques)