Dois irmãos de Lavras-MG, de 10 e 12 anos, estão envolvidos em uma campanha que conseguiu atrair novos doadores de sangue e medula óssea para o hemocentro da cidade. O local estima que a ação de Maria Clara Gomes de Oliveira e João Francisco Gomes de Oliveira tenha atraído diretamente pelo menos 250 doadores.
“A meta inicial era de apenas 22 cadastros de medula. E hoje, atrelados a esse projeto, já tem mais de um ano de participação ativa das crianças, nós já temos mais de 250 doadores. Destes, nós já tivemos 4 doadores, que já foram convocados”, explica o hematologista Marcelo Augusto Araújo Assunção.
A ação veio após um incentivo do grupo de escoteiros que os dois participam. A ideia era fazer algo pela comunidade. Escolheram a missão que ajudou nos cadastros do hemocentro.
“Nós crianças não podemos doar sangue e nem fazer o cadastro voluntário de medula óssea. Mas nós podemos convidar as pessoas que são maiores de 18 anos para fazer o cadastro voluntário”, explica Maria Clara.
Baseada no projeto, foi criada uma lei municipal que incentiva a doação de medula óssea. Chamada “Lei Miguel”, o projeto faz referência a um menino de 2 anos que morreu de leucemia sem conseguir fazer a transplante na cidade.
Além de atrair novos doadores, eles reforçam a importância de manter o cadastro atualizado: “Nós vamos em vários lugares, escolas, empresas, na praça, até em outras cidades pra conversar com as pessoas. Nunca se sabe quando um familiar seu, nosso, pode começar um câncer e precisar da medula óssea ou doação de sangue”, comenta João.
Quem foi atraído pela ideia dos dois jovens garante que eles conseguem convencer facilmente os novos doadores. “Tão pequenos já conscientes da importância dessa doação. Eu vim aqui hoje só pra doar sangue e depois que eles explicaram melhor como funcionava, eu tive o desejo de me cadastrar pra fazer doação de medula”, contou a estudante Isabella de Araújo.
O hematologista Marcelo comenta que a orientação é importante para tirar o medo das pessoas em relação à doação. “O maior medo é em relação ao procedimento. Ele é feito através das veias, não tanto igual antigamente, quando era por um procedimento cirúrgico”, explica.
“Nós precisamos ter um cadastro de medula muito rico, com muitos doadores, pra que a gente possa aumentar essa chance quando algum paciente precise”, comenta Marcelo.
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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro