O número de casos de dengue, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, coloca o estado em alerta e a pasta já estuda a possibilidade de um decreto de emergência. De janeiro a março deste ano, foram registrados 81.456 casos prováveis de dengue, o que corresponde a um aumento de 277% ao comparar com todo ano passado. De janeiro a dezembro de 2018 o número de casos prováveis da doença era de 29.369.
Pelo menos sete mortes por dengue foram confirmadas em cinco municípios de Minas Gerais desde o início de 2019. Os casos foram registrados em Arcos, no Centro-Oeste, em Betim, na região Metropolitana, em Paracatu e Unaí, ambas na região Noroeste, e em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Houve dois casos de mortes por dengue em cada uma destas duas últimas cidades. Outros 29 óbitos estão em investigação. No ano passado, foram confirmados oito óbitos por dengue.
Segundo Secretaria Estadual de Saúde, 2019 segue a tendência de anos epidêmicos, pois o número de possíveis casos já ultrapassou os dados registrados em anos não epidêmicos. Minas Gerais viveu três grandes epidemias em 2010, 2013 e 2016.
Capital
Belo Horizonte também teve um aumento no número de casos de dengue confirmados. Em 2019, até o momento, foram confirmados 1.502 casos da doença em comparação com os 418 casos registrados em todo o ano de 2018, ou seja, somente o primeiro trimestre de 2019 supera em 359% o total de caos do ano passado.
Segundo diretor de zoonoses da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, Eduardo Viana, o aumento no registro de casos em BH se deu por conta de um esforço municipal de agilizar as investigações.
“Nós percebemos, em algumas áreas da cidade, um aumento de casos suspeitos pois sensibilizamos a rede no sentido de buscar a possibilidade de notificação no menor tempo possível e que acionasse as ações de controle. Tudo isso repercutiu no aumento de casos registrados”, disse o diretor.
Ainda segundo Viana devido ao histórico da doença no município e também no estado, existe um esforço contínuo da zoonoses para evitar que a população passe novamente por uma epidemia.
“A situação sazonal que envolve a transmissão dessa doença ainda se encontra em ápice. A partir de agora com todas as ações de controle e prevenção esperamos uma redução”, afirma.
Além do trabalho preventivo ainda existe o trabalho de conscientização para que a população não se esqueça de que o combate à doença também depende dela.
De acordo com o diretor de zoonoses da Secretaria Municipal de Belo Horizonte “ a zoonoses busca orientar, sensibilizar a população com relação ao seu papel ativo pra se evitar o criadouro do mosquito, seja tampando caixa d’água, retirando a água de vasinhos de planta e também se livrando de resíduos que podem servir de criadouro do mosquito de forma adequada”, conta Viana.
Outras doenças
Em relação às outras doenças que também são transmitidas através da picada do mosquito Aedes aegypt que são a febre chikungunya e zika. Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde Minas Gerais no primeiro trimestre de 2019 existem 966 casos prováveis da chikungunya, e não há mortes sob investigação.
Já no que diz respeito à zika, foram registrados 319 casos prováveis da doença em 2019.
Por meio de nota Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais informou que o Decreto de Emergência está em processo de elaboração e tão logo o mesmo seja publicado, ele será amplamente divulgado e detalhado. Como o decreto ainda não foi publicado, ainda não é possível aprofundar sobre o assunto por meio de entrevistas.
No Brasil
No país, a cada 100 casos de dengue no país analisadas pelo Ministério da Saúde, 85 são do tipo mais grave da doença, causada pelo sorotipo 2. O sorotipo não circulava de forma intensa desde 2008 e boa parte da população nunca entrou em contato com o vírus. Esta é a principal explicação do governo federal para o aumento de 264% no número de casos registrados em 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. E também para a alta de 67% no índice de mortes. O Ministério da Saúde diz que são 229 mil casos de dengue no país e 62 mortes.
Prevenção
Entre as ações de prevenção e controle do Aedes está o cuidado com o armazenamento de lixo, que deve ser mantido em recipiente fechado, além de acondicionar adequadamente os materiais para reciclagem que podem acumular água. Manter a caixa d’água sempre limpa e totalmente tampada e as calhas livres de entupimentos são outras atividades fundamentais para a prevenção de novos focos. Os pratinhos de plantas precisam ser eliminados, além do cuidado especial com bebedouros de animais. Também é recomendável retirar o fundo de latas, caixas de leite e similares antes do descarte.
Viçosa
Segundo a Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Viçosa, foram registrados de janeiro até abril 8 casos confirmados de dengue. Além disso, 22 casos notificados foram notificados e 13 casos estão em análise.
Postado originalmente por: Rádio Montanhesa