O Brasil tinha 237 mil entidades sem fins lucrativos funcionando em 2016, o que equivale a 4,3% do total de mais de 5 milhões de organizações públicas e privadas, lucrativas e não-lucrativas existentes no país. O número representa uma redução de 14% na comparação com 2013 e de 16,5% ante 2010.
Os dados constam na pesquisa denominada Fasfil, Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O estudo faz uma análise sobre uma parcela da sociedade civil organizada revelando, entre outros aspectos, quantas são, onde estão, o que fazem e quantos empregam. A pesquisa considerou critérios internacionais para delimitar o grupo, que inclui associações de moradores, entidades empresariais e patronais, escolas, hospitais, cartórios, condomínios, entidades religiosas, por exemplo.
Segundo a economista e pesquisadora do IBGE, Denise Guichard, a crise econômica é responsável por essa retração.
Por outro lado, os dados revelam que o volume de empregados nessas instituições cresceu 11,7%, entre 2010 e 2016, quando foram contabilizados 2,3 milhões de assalariados nas Fasfil. A alta foi puxada principalmente pelo aumento no número de ocupados nos seguintes grupos: Saúde, Religião e Desenvolvimento e Defesa de Direitos.
As mulheres representavam 66% do total dos assalariados e recebiam cerca de 24% a menos que os homens. Também em 2016, a média de pagamento nas Fasfil era de três salários mínimos por mês, cerca de R$ 2.653.
Segundo o IBGE, 64,5% das instituições, ou quase 153 mil unidades, não possuíam sequer um empregado assalariado. E apenas 1,6% tinha mais de 100 empregados em 2016.
As instituições sem empregados assalariados eram mais comuns no grupo Religião. Já os que mais empregavam eram Saúde, respondendo por 35,7% do pessoal ocupado, e Educação e Pesquisa com 28,6%.
As remunerações mais baixas estavam nos subgrupos de Emprego e Treinamento/ Habitação/ e Associação de Moradores. Já as mais altas, em Educação Superior, Associações Empresariais e Patronais e Estudos e Pesquisas.
Na distribuição por regiões, os números mostram que as Fasfil estavam mais concentradas no Sudeste, Sul e Nordeste e menos no Norte e Centro-Oeste.
*As informações são da Radioagência Nacional.
G.J