Índice de inadimplência cresceu 4,41% em comparação com 2017
O Brasil encerrou o ano de 2018 com 62 milhões e 600 mil pessoas com o CPF negativado. O número representa um aumento de 4,41% na comparação com o ano anterior. É o que mostra o Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Outro dado que chama a atenção é que a taxa de inadimplência apresentou o crescimento mais elevado desde 2012, quando o crescimento observado foi de 6,8%.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, mesmo com a lenta recuperação econômica em curso, as famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos.
“Apesar de a economia ter começado a se recuperar no ano passado, a recuperação ainda é lenta e não atingiu o mercado de trabalho. Isso faz com que os consumidores continuem com o orçamento apertado e, portanto, continuam com dificuldades de pagar as dívidas.”
Segundo ela, a expectativa é que, em 2019, o cenário melhore. O consumidor deve ficar atento, no entanto, com gastos no cartão de crédito e cheque especial, modalidades que têm juros mais altos.
“A gente deve ver uma melhora principalmente puxada pelo mercado de trabalho. Quando o mercado de trabalho ficar um pouco mais forte, ou seja, quando vier, de fato, uma criação efetiva de vagas com aumento da renda do trabalhador, aí sim a inadimplência deve começar a cair. Não adianta só a gente ter crescimento ao longo deste ano de 2019, se o brasileiro continuar pegando crédito via cartão de crédito, cheque especial, que são formas muito ruins de se endividar, e que, quando o consumidor atrasa, acabam gerando uma bola de neve que fica muito difícil de ser paga.”
De acordo com a pesquisa, o Brasil tem quase 18 milhões de inadimplentes entre 30 e 39 anos e é nesta fase da vida que se observa a maior frequência de negativados.
Além disso, o Sudeste é a região que apresenta maior crescimento da quantidade de inadimplentes. O Sul, o Nordeste e o Norte do país também apresentaram alta em 2018. A única exceção foi o Centro-Oeste, onde se observou queda de 1,79% no número de consumidores inadimplentes.
Reportagem, Cintia Moreira