O dado foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Pnud
Apesar de as mulheres apresentarem melhor desempenho na educação e terem maior expectativa de vida no Brasil, a renda delas é 42,7% menor que a dos homens. O dado foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Pnud.
Segundo a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do Pnud, Samantha Salve, esse levantamento apresenta um novo Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH. E, nele, são considerados o acesso da população à educação, saúde e perspectivas econômicas.
“Quando a gente olha o IDH desagregado por sexo, a gente percebe que tanto a expectativa de vida, quanto os anos esperados de escolaridade, a média de anos de estudo, eles são maiores para as mulheres do que para os homens; com exceção a renda; ela é significativamente menor para as mulheres do que para os homens. A gente sabe também que o desemprego é maior entre mulheres do que homens. As mulheres passam até quatro vezes mais, do seu dia, trabalhando em atividades domésticas e de cuidado do que os homens.”
De acordo com a pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Marjorie Nogueira Chaves, a participação das mulheres no mercado de trabalho e o aumento no nível da escolaridade entre as mulheres vem crescendo nos últimos anos, mas a desigualdade salarial ainda se mantém.
“Principalmente quando a gente faz uma comparação entre homens brancos e mulheres negras. A gente percebe que há uma discrepância enorme com relação aos salários. Desde quando elas se formam, quando elas alcançam o nível superior, elas ainda tem dificuldades de assentar neste mercado de trabalho. Então elas acabam, por exemplo, não recebendo promoção, elas acabam não conseguindo alcançar o teto das carreiras, porque não costumam ser indicadas para estes cargos.”
Países como Uruguai, Venezuela e Argentina mantêm padrões muito mais justos entre homens e mulheres, ainda que todos eles sustentem a disparidade econômica por gênero de quase 50% entre a renda de um e outro.