79ª fase da Lava Jato apura lavagem de dinheiro em obras de arte

Foi deflagrada nesta terça-feira (12.nov) a 79ª fase da operação Lava Jato, com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão. A operação, que é um desdobramento da fase 65, que mirou o ex-senador Edison Lobão e o filho Márcio,foi requerida pelo Ministério Público Federal (MPF) para possibilitar o aprofundamento de investigações sobre possíveis atos de lavagem de dinheiro relacionados a crimes praticados contra a Petrobras Transportes S/A –  Transpetro entre 2005 e 2014.

Cerca de 70 policiais federais e 10 auditores da Receita Federal cumprem 11 mandados de Busca e Apreensão em Brasília/DF (2), São Luis do Maranhão/MA (3), Angra dos Reis (1), Rio de Janeiro (3) e em São Paulo (2).Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba/PR.

Segundo a coordenação da operação “Vernissage”, o então diretor da Transpetro, no período de 2003 a 2014, Sérgio Machado, estava entre as indicações políticas do grupo investigado que dividia os altos cargos da Petrobras e subsidiárias. Calcula-se que o pagamento de propinas passou de R$12 milhões .

Após o recebimento desses valores, muitas vezes pagos em espécie, eram realizadas várias operações de lavagem de capitais para ocultar e dissimular sua origem ilícita, especialmente, através da aquisição de obras de arte e transações imobiliárias. Avaliações preliminares realizadas pela Polícia Federal sobre algumas obras de arte do investigado indicaram diferenças de mais de 500% entre os valores econômicos por declarados em seu imposto de renda e os valores de mercado. A PF fez apreensões de obras de arte no apartamento de Márcio Lobão no Rio de Janeiro.

De acordo com o MPF, a operação também tem a finalidade de apurar suspeitas de lavagem de dinheiro em operação de aquisição, em maio de 2007, de apartamento residencial de luxo em São Luís (MA), cujo pagamento ocorreu mediante a entrega de R$ 1.000.000,00 em espécie. Em abril de 2009, mediante a realização de cessão de direitos de contrato de compra e venda seguida de contrato de doação firmado por ex-senador da República, o imóvel foi transferido para investigado na Lava Jato pelo idêntico valor de R$ 1.000.000,00. No dia subsequente à doação, o investigado vendeu o apartamento por R$ 3.000.000,00 e passou a receber os valores mediante transferências bancárias periódicas até o ano de 2011.

Partindo da delação de Sérgio Machado, o Ministério Público já fez acusação no ano passado de que houve pagamento de propina também na construção de navios da Petrobras.

SBT

Postado originalmente por: Portal V9 – Vitoriosa

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