Gael, de cinco anos, está começando a conhecer as letras. Já sabe soletrar o próprio nome e conhece quase todo o alfabeto. Se continuar assim, aos sete anos estará alfabetizado.
Mas, infelizmente, essa não é a realidade de muito brasileiros. Neste dia 14, em que comemoramos o Dia Nacional da Alfabetização, instituído, em 1966, os dados sobre o assunto são preocupantes.
De acordo com a Pesquisa Todos pela Educação 2022, do IBGE, cerca de 2,4 milhões de crianças brasileiras, entre seis e sete anos, não foram alfabetizadas nesta faixa etária. Isso representa quase 41% do total dos brasileiros dessa idade. Esse número é 66% maior do que foi registrado antes da pandemia de covid-19.
A professora da Faculdade de Educação de Harvard, Cláudia Costin, explica que o contato com esse letramento deve acontecer ainda na primeira infância, em forma de jogos e brincadeiras lúdicas. Depois disso, a alfabetização formal na idade certa, traz uma série de ganhos para criança e para o adulto que está se formando.
Geralda Rodrigues não teve a mesma sorte que o Gael. Com 42 anos, ela não sabia ler, nem escrever. A dificuldade para acompanhar os filhos com os conteúdos escolares foi o que motivou a faxineira a procurar ajuda. Ela recebeu aulas particulares de uma colega de trabalho. Em pouco mais de um ano, já está fazendo muitas coisas sozinha que antes não conseguia realizar sem o apoio de outra pessoa, como pegar um ônibus ou ir ao banco. Geralda conta como foi a emoção ao ler a primeira palavra.
A educação é um direito de todos e uma obrigação do Estado, previsto na Constituição Federal. Crianças com quatro anos ou mais devem ter vaga garantida na rede pública de ensino. E quem não se alfabetizou na idade certa, pode procurar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA), na escola pública mais próxima de sua casa.
As informações são da Agência Brasil.
Foto: Agência Brasília